Uma semana depois que o MOB tomou posse, já estava nas ruas a edição número um da Folha Sindical, jornal criado para ser o principal instrumento de comunicação entre a direção sindical e o conjunto dos trabalhadores. Em formato tablóide (28 cm X 38 cm), a primeira Folha Sindical apresentava textos curtos, edição profissionalizada e ilustrações, para tornar a leitura mais agradável e próxima de uma conversa com o trabalhador. A principal chamada era "Vitória" - a vitória eleitoral do MOB, mas também, se quisermos, a vitória representada pela primeira edição de um jornal que teria vida longa.
Em 1995, a Folha Sindical superou 300 edições, multiplicando por dez o número de boletins impressos nos primeiros oito anos de Ilson Dias. Também para fins de comparação, a edição que fez um balanço do primeiro ano da gestão do MOB tinha exatamente o número 48. Os suportes em que a Folha se firmou com o tempo foram basicamente a profissionalização das edições e a manutenção da periodicidade. A contratação de profissionais conferiu qualidade gráfica e de conteúdo ao jornal e permitiu mudanças planejadas e sem traumas de formato e número de páginas.
De tablóide com duas páginas, a Folha passou a standard (38 cm X 56 cm), primeiro com duas páginas e logo mais com quatro. Mais tarde, respondendo a uma vontade da categoria, voltou ao formato tablóide, mas com oito páginas. A manutenção da periodicidade fortaleceu na categoria o hábito da leitura e, na direção, a prática da prestação de contas e do contato constante com a base.
Os frutos não tardaram a se multiplicar. A experiência de comunicação no Sindicato dos Bancários inspirou outras entidades sindicais a profissionalizar a elaboração de seus jornais. Internamente, o Sindicato dos Bancários aperfeiçoou o processo de edição semanal, adquirindo computadores e ampliando o quadro de profissionais.
A partir de 1991, a Folha Sindical dá uma guinada editorial, investindo na realização de reportagens sobre temas que transcendiam o universo imediato de reivindicações da categoria.
Assim, a Folha passou a tratar com regularidade não só da política econômica nacional mas das políticas públicas, passou a tratar do esporte, da cultura, da desigualdade social. A mudança espelhava uma transição política da direção sindical para um novo patamar de atuação, calcado na ampliação das alianças com outras entidades sindicais e movimentos sociais, voltadas para a luta pelo gozo dos direitos civis e políticos por todos os brasileiros.
Em Florianópolis, a bandeira da cidadania, consolidada em 1994 durante o V Congresso Nacional da CUT para o movimento sindical de todo o país, tremulou mais cedo.
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