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  • Foto do escritorWilFran Canaris

A aurora da organização nacional

1934 - Primeira greve nacional com adesão dos bancários


Contido por limites de tempo, espaço e recursos financeiros, o Sindicato restringia sua ação à capital. De 35 a 45, alterou seus estatutos de conformidade às mudanças nas legislações vigentes, mas não há registros de ter participado de greves organizadas pela direção dos principais sindicatos de bancários do país.


Por volta de 1935, os bancários já tinham mais de uma década de experiências de organização sindical em outros pontos do país. A Associação dos Funcionários de Bancos do Estado de São Paulo, a primeira do país, foi criada em 16 de abril de 1923, com a presença de 84 dos 1.800 bancários da cidade. A Associação era o ponto final de uma longa série de outras organizações.


O movimento sindical brasileiro do fim do século passado e inícios deste era caracterizado pela ascendência dos anarquistas. Foram eles que comandaram as primeiras greves e impulsionaram a aprovação pelo Congresso Nacional das primeiras normas sobre acidentes de trabalho, estabilidade no emprego e aposentadorias. Os trabalhadores se organizavam em sindicatos e associações ou em sociedades de socorro mútuo. As mutuais tinham objetivos assistenciais e previdenciários, para tentar minimizar o impacto de condições de trabalho adversas sobre os trabalhadores, suprindo a ausência de leis regulatórias das relações entre capital e trabalho.


A primeira sociedade de socorro mútuo de bancários foi criada em 1907. À Sociedade Beneficente dos Funcionários da Caixa Econômica de São Paulo sucederam a Caixa Montepio dos Funcionários do Banco do Commércio e Indústria de São Paulo, a Caixa Beneficente dos Funcionários de Bancos de Santos, a Caixa de Previdência dos Empregados do Banco Commercial do Estado de São Paulo e a Caixa de Assistência do Pessoal do Banco do Estado de São Paulo. A Associação dos Bancários teve vida tumultuada. Sua diretoria foi desintegrada no primeiro mês de existência. A segunda diretoria continuou por dois anos agindo como as mutuais, com fins recreativos e assistenciais, bem distantes da ação política. Nos dez anos seguintes, adotou formas tradicionais de reivindicação.


1943 - Play  it Sam: O filme "Casablanca "e o Diretor Michael Curtiz recebem o Oscar. Inaugurada a primeira emissora de Rádio de Florianópolis


A primeira greve da categoria de que se tem notícia foi se realizar só em abril de 1932. Envolveu os trabalhadores do Banco do Estado de São Paulo, em Santos e na Capital paulista e durou apenas dois dias. Esta greve contribuiu para um avanço fundamental na luta da categoria. Até 1923, não havia qualquer distinção legal entre bancários e comerciários e até 1939 foi permitido aos bancários sindicalizarem-se nas organizações dos trabalhadores do comércio. Mas, depois da greve de 32, o sentimento de que os bancários mereciam formas de organização próprias consolidou se em todo o país.


Outro resultado da greve de 32 foi surgir em 5, 6 e 7 de julho de 1934. Nestes dias, bancários de oito sindicatos por todo o país aderiram à primeira greve nacional da categoria, em torno de três reivindicações: direito a aposentadoria aos 30 anos de serviço e 50 de idade; estabilidade no emprego após um ano de serviço; e criação de ·uma caixa única de aposentadorias e pensões dos bancários. Dos dez sindicatos então existentes, 80% aderiram ao movimento, mas em Florianópolis os bancários nem ficaram sabendo - os jornais não publicaram uma linha. A greve terminou com a aceitação das reivindicações pelos banqueiros e pelo governo. Em 9 de julho de 1934, o governo editou o decreto 24.615, criando o Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Bancários, que seria regulamentado pela lei 54, de 12 de setembro do mesmo ano. Em 1936, as caixas de assistência dos diversos bancos foram incorporadas ao IAPB - exceto a Cassi, do Banco do Brasil, que existe até hoje.


A agitação dos primeiros anos da década de 30 acabou nos primeiros meses de 1935. Medidas autoritárias e anti-sindicais do governo Vargas confinaram o país a mais um período de ditadura.


Até o final do Estado Novo, em 1945, houve poucos avanços da organização dos bancários. Um deles foi a realização do I Congresso Nacional da categoria, em Pernambuco, em 1938. Tolhido em sua liberdade, o movimento dos bancários no resto do Brasil não pôde ser muito diferente do que acontecia em Santa Catarina.

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